segunda-feira, 16 de maio de 2011

A alfabetização na educação infantil: sim ou não?



A alfabetização na educação infantil é assunto que a muitos anos vem sendo discutido em toda a América Latina e alguns países da Europa. Muitos pesquisadores aprofundaram-se no assunto, mas a polemica sim ou não, continua a assombrar profissionais da área.
Alguns pesquisadores garantem que é inútil fecharmos os olhos para este assunto, uma vez que as crianças desde pequena tem o desejo de ler e escrever, porque vive em uma sociedade letrada e não faz parte de uma sociedade ágrafa. Outros descordam, defendem a idéia de que uma criança com cinco anos, ainda não possui maturidade suficiente e que o mais importante para o seu desenvolvimento é a atividade do brincar.
Na educação infantil a criança precisa e necessita brincar, porque o brincar assume um papel importante na construção do conhecimento e no desenvolvimento infantil, levando a criança a explorar o mundo à sua volta, descobrir e compreender a si mesma e seus sentimentos.
A escrita não ocupa o lugar que deveria realmente ocupar na educação infantil, pois com atividades como a cópia, não estão ensinando a linguagem escrita, mas estão ensinando as crianças a desenhar as letras.
A aquisição da escrita tem um papel fundamental no desenvolvimento cultural e psíquico da pessoa, uma vez que dominar a escrita significa dominar um sistema simbólico extremamente complexo. Para Vygotsky esta aquisição resulta de um longo processo de desenvolvimento das funções do comportamento infantil e chama a atenção ao fato de que ensina-se as crianças a desenhar letras e construir palavras com elas, mas não se ensina a linguagem escrita. As crianças em idade pré-escolar formam esta representação da linguagem escrita, através dos gestos, do desenho e do faz-de-conta. Assim, o brinquedo do faz-de-conta, o desenho e a escrita são momentos diferentes de um processo unificado de desenvolvimento da linguagem escrita, os quais devem ser vividos cada um no seu tempo.
Acredita-se que o ato de escrever deve ser cultivado e não imposto, pois é necessário que as letras se tornem elementos da sua vida, da mesma maneira que a fala.
Experiências mostram que as crianças que chegam na classe alfabetizadora[1] já alfabetizada enfrentam problemas como cansaço, desmotivação, desinteresse, violência para com seus colegas e stress. Tais atitudes privam da criança o tempo de brincar, atropelando assim seu processo de desenvolvimento. O brincar é uma atividade essencial no desenvolvimento infantil. Brincando a criança está formando as bases necessárias para poder futuramente adquirir a linguagem escrita. No entanto, ao forçar uma alfabetização precoce, diminuindo o brincar na educação infantil, estamos interrompendo a formação destas bases.
Algumas escolas assumem o papel da 1ª série na educação infantil. Acredito que se uma entidade escolar acredita em uma alfabetização em crianças de cinco anos, a mesma deve rever seus procedimentos na série seguinte, pois estas estão repetitivas.
A realidade a qual vivemos é de constante transformações, mas precisamos estar atentos a elas, pois necessitamos de uma educação especial a todos.

[1] no Brasil chamada de 1ª série do ensino fundamental

Autoria:
Luciane Knüppe
Pedagoga, Especialista em Educação infantil e Mestranda em educação pela PUCRS, Brasil
FONTE: http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=127&doc=9688&mid=2

terça-feira, 10 de maio de 2011

A beleza da música segundo Rubem Alves


"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".

Rubem Alves

FONTE: http://pensador.uol.com.br/poemas_de_rubem_alves/

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Escola e família: uma parceria para dar certo

É recorrente a discussão sobre o papel dos pais e da escola na educação de
crianças e jovens. Parece um assunto já exaurido no âmbito da teoria. Na
prática, no entanto, há muito o que se realizar e cada qual tem um papel
primordial e intransferível nesse processo de participação para a construção do
conhecimento e para a formação de um modo geral.
O ponto conflitante parece ser os limites dessa participação. Até onde a escola
pode e deve ir e como a família deve se posicionar, se envolver e participar
para contribuir, efetivamente. Há limites e precauções que devem balizar essa
relação.
É possível extrair algumas lições das aprendizagens construídas na prática do
cotidiano escolar e importa ressaltá-las como forma de se socializar
experiências:
1ª lição: papel dos gestores da instituição
A equipe de gestores deve preparar-se, permanentemente, para implementar
diferentes estratégias de conquista da participação dos pais na escola para
muito além do acompanhamento do desempenho escolar de seus filhos. Isso é,
no mínimo, um dever do qual não se pode descuidar. Ressalta-se o
envolvimento dos pais em outros tipos de atividades educativas e de
socialização junto aos filhos, ao corpo docente e à equipe de gestores da escola:
almoços de confraternização, reuniões por séries com palestras de filhos para
pais, apresentando conhecimentos construídos no ambiente escolar;
participação de pais em atividades pedagógicas aplicadas e coordenadas pelos
filhos; enfim, propostas que envolvam sensibilização para a vivência dos
valores elementares difundidos na e pela proposta pedagógica da instituição.
2ª lição: papel dos professores
Inteirar-se e buscar compreender o real valor da atuação dos pais na escola,
quando reivindicam medidas e ações para qualificar os processos. Pais não
podem ser vistos como inimigos. Suas reivindicações precisam ser acolhidas
como contribuições para melhoria da prática e não entendidas como ordens de
quem quer mandar na escola. A construção desse outro tipo de olhar para a
questão é primordial para que se promova um diálogo realmente construtivo
entre pais e professores, sem prevenção de espíritos, sem antipatias ou
quaisquer sentimentos que compliquem as relações e bloqueiem soluções
inteligentes, promovendo mais desencontros e quebra de relações do que
encontros, que é o objetivo primeiro da escola.
Indispensável se faz, também, que os pais venham para esse diálogo de espírito
desprevenido, sem ataques verbais ou com tom de voz e expressões que
denotem acusação certeira de erro cometido pelo professor ou gestor. Esse tipo
de postura desencadeia reações negativas que, por vezes, inviabilizam qualquer
tipo de entendimento e, ainda, os pais acabam, inconscientemente, passando
uma mensagem aos filhos de falta de confiança na escola e em seus
professores. Isso pode contribuir para abusos, por parte de certos alunos, no
que tange a questões disciplinares e de respeito à autoridade escolar. Nessas
circunstâncias, é imperioso manter o controle das emoções, exercitar a
habilidade de escuta e busca de entendimento para o crescimento de todos. Isso
é educação.
3ª lição: limites da participação dos pais na escola
No meio educacional, somos todos sabedores de que há instâncias de
participação dos pais na escola. Isso, no entanto, não está e precisa ficar muito
claro aos pais pela equipe de gestores. Sugestões para melhoria dos processos
deverão ser sempre bem-vindas. O problema emerge quando alguns pais se
julgam no direito, porque pagam, de ditar normas, regras de convívio ou
palpitar sobre como devem se desenvolver os processos pedagógicos e a
organização curricular da escola. Aqui é a linha tênue. É onde, precisamente,
devem-se construir os limites. Os educadores fizeram investimentos pessoais,
ao longo de anos de estudos e preparação, para exercer a profissão com
autoridade de quem entende do assunto. Eles sabem o que é adequado e viável
pelos referenciais teórico-metodológicos que construíram e não por achismos”
característicos do senso comum.
Reside aí a importância de os pais conhecerem bem a proposta educativa da
escola antes de fazerem a opção pela mesma e confiar o suficiente para, diante
de possíveis problemas que venham surgir, buscar sempre a verdade dos fatos,
ouvindo os dois lados, comparando a versão do filho com a da escola para
compreender o contexto em que os fatos aconteceram e fazer seus julgamentos
pessoais.
Muitos pais ficam somente com a versão dos filhos e não investigam como se
desenrolaram os fatos do ponto de vista da escola. É, justamente, dessa postura
radical de só acreditar na versão dos filhos, que surgem problemas e conflitos
difíceis de elucidar e resolver.
Indiscutivelmente, o diálogo aberto, honesto, entre pais, educadores e gestores
é um desafio em qualquer organização educacional e a única via capaz de
conduzir ao entendimento, à superação e ao crescimento.

Marisa Crivelaro da Silva
Letras, pós-graduada em Psicopedagogia e
Docência do Ensino Superior, mestre em
Educação e possui MBA em Gestão
Educacional. Para entrar em contato com a
autora, mande um e-mail para
criversil@gmail.com

FONTE: http://www.maristas.org.br/colegios/santana/download/educacao_em_revista/artigo.pdf
.
é graduada em

sábado, 7 de maio de 2011

Família e escola


Vídeo maravilhoso sugiro para encontros com familiares e professores...
Assistam!!!

A participação da família e da escola na educação da criança

A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que ambas sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos que desejam atingir.
Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor.
O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na sociedade.
Existem diversas contribuições que tanto a família quanto a escola podem oferecer, propiciando o desenvolvimento pleno respectivamente dos seus filhos e dos seus alunos. Alguns critérios devem ser considerados como prioridade para ambas as partes. Como sugestões seguem abaixo alguns deles:

Família
• Selecionar a escola baseado em critérios que lhe garanta a confiança da forma como a escola procede diante de situações importantes;
• Dialogar com o filho o conteúdo que está vivenciando na escola;
• Cumprir as regras estabelecidas pela escola de forma consciente e espontânea;
• Deixar o filho a resolver por si só determinados problemas que venham a surgir no ambiente escolar, em especial na questão de socialização;
• Valorizar o contato com a escola, principalmente nas reuniões e entrega de resultados, podendo se informar das dificuldades apresentadas pelo seu filho, bem como seu desempenho.

Escola

• Cumprir a proposta pedagógica apresentada para os pais, sendo coerente nos procedimentos e atitudes do dia-a-dia;
• Propiciar ao aluno liberdade para manifestar-se na comunidade escolar, de forma que seja considerado como elemento principal do processo educativo;
• Receber os pais com prazer, marcando reuniões periódicas, esclarecendo o desempenho do aluno e principalmente exercendo o papel de orientadora mediante as possíveis situações que possam vir a necessitar de ajuda;
• Abrir as portas da escola para os pais, fazendo com que eles se sintam à vontade para participar de atividades culturais, esportivas, entre outras que a escola oferecer, aproximando o contato entre família-escola;
• É de extrema importância que a escola mantenha professores e recursos atualizados, propiciando uma boa administração de forma que ofereça um ensino de qualidade para seus alunos.

A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo indivíduo. Portanto, pais e educadores necessitam ser grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do ser humano.

Por Elen Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola